Em 2023, o Brasil registrou o menor número de nascimentos em quase 50 anos, com cerca de 2,52 milhões de bebês nascidos, segundo dados do IBGE. Essa redução representa uma queda contínua pelo quinto ano consecutivo, sendo 12% inferior à média dos cinco anos anteriores à pandemia. Fatores como o aumento do custo para criar filhos, o uso disseminado de métodos contraceptivos e a priorização das mulheres por educação e trabalho explicam essa tendência, que também é observada em outros países.

Especialistas destacam que as mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde, com 39% das mães de recém-nascidos em 2023 tendo 30 anos ou mais. O IBGE reforça que o sub-registro de nascimentos está em seu menor nível desde 2015, indicando que os dados atuais refletem melhor a realidade. A diminuição da natalidade levanta preocupações sobre o futuro demográfico e econômico do país, com projeções indicando um possível declínio populacional nas próximas décadas.

O debate sobre controle de natalidade no Brasil é distinto das políticas coercitivas vistas em outros países, focando principalmente no planejamento familiar por meio do SUS, que oferece métodos contraceptivos e orientação às famílias. No entanto, a queda acentuada da natalidade tem gerado discussões sobre seus impactos sociais e econômicos, sendo considerada por alguns como um “crime contra o Brasil” devido às consequências para o crescimento e sustentabilidade da população.